10 junho 2012

Ernani, explique e convença, se for capaz!





No endereço acima, o responsável pelo site Caratinga.Net (e também funcionário da área de Sistemas da PMC), José Geraldo Dias (https://www.facebook.com/Caratinga.Net), apresenta o texto a seguir, que deve ser objeto de decisiva reflexão dos caratinguenses:

Advogado denuncia esquema de fraude em licitações no governo Ernani Campos Porto (2001 a 2008) que pode chegar a R$ 4 milhões 

O assessor jurídico da prefeitura de Caratinga, Dr. Giovanni Caruso Toledo, denunciou fraudes nos processos licitatórios que ocorreram no período de 2001 a 2008 pelo ex-prefeito Ernani Campos Porto. Mesmo com o tempo restrito para usar a tribuna na Câmara Municipal, o advogado fez uma série de revelações na qual afirmou que o ex-prefeito Ernani Campos Porto, cometeu atos considerados de extrema ilegalidade, como a contratação da própria empresa para prestar serviços ao município.

Segundo Giovanni, ainda em 2001, no primeiro ano de mandato de Ernani, a empresa Campos Porto Eletricidade, que também pertencia ao irmão do então prefeito, foi convidada a participar de uma licitação para a manutenção dos serviços de iluminação na cidade e zona rural, juntamente com a Redel Ltda. e a Construrede Ltda. Caruso resume:

“Absurdamente, a empresa não só participou como ganhou a licitação, prestando serviços para o município durante aquele ano, que chegaram a custar quase R$ 200 mil. Também observamos que tanto a primeira quanto a segunda licitação tiveram aditivos de quase R$ 50 mil sem qualquer justificativa da necessidade dos serviços.”

De acordo com o advogado os documentos já estão anexados ao processo de Improbidade Administrativa que será impetrado na justiça contra o ex-prefeito. “Já que o mesmo feriu não só o princípio da impessoalidade, mas cometeu grotescamente uma afronta à Constituição Federal, a Lei nº 8.666 (de Licitações) e as demais leis do direito administrativo, necessário será ingressar com ação de improbidade administrativa, como base na Lei Federal nº 8.429/92, em desfavor do ex-prefeito. O ato cometido por Ernani seria a mesma coisa de a presidenta Dilma contratar uma construtora de sua propriedade para realizar obras do PAC, tamanha a ilegalidade cometida por Ernani”, argumentou o assessor jurídico.

O advogado ainda questionou que “as empresas Redel Ltda. e Construrede Ltda., que participaram das licitações, não se posicionaram diante do absurdo de ver ganhando uma empresa do prefeito, sendo que elas também tem acesso à lei que regulamenta a licitação. Considero no mínimo muito estranha a conivência dessas empresas diante de uma disputa comercial por um contrato bastante rentável”, indagou.

Mais de R$ 100 mil pagos à Campos Porto Eletricidade sem licitação

O Edital de Licitação de R$ 1 milhão
Entre os levantamentos feitos pelo advogado, ele afirma ter encontrado dentro desses processos licitatórios outros contratos que não são originários de licitação, tratando-se de contratação direta da Prefeitura para a empresa Campos Porto Eletricidade Ltda. “Ao depararmos com estes contratos, procuramos saber suas origens, se eram referentes a outra licitação, porém nada foi encontrado. Os contratos de gaveta, em papéis timbrados da empresa do ex-prefeito, somam mais de R$ 100 mil e foram executados sem nenhum protocolo a ser respeitado. Podemos dizer que foi uma negociação direta entre o prefeito e o proprietário da empresa que, neste caso, eram a mesma pessoa”, explicou o assessor jurídico da PMC.


Outras empresas
participavam do esquema
Em 2008, outras irregularidades graves foram apresentadas. Segundo o assessor jurídico, somente neste ano, aconteceram oito licitações para a contratação de serviços de manutenção de iluminação, ambas tendo a mesma empresa vencedora, desta vez a Construrede Ltda. Na ocasião, as empresas que participavam de licitação tinham os mesmos sócios e mesmo quando sediadas em cidades diferentes, as testemunhas de alteração contratual eram as mesmas. “Tem empresas que tinham o mesmo proprietário e em outra, essa mesma pessoa era testemunha contratual. Há escancaradamente uma correlação entre essas empresas e, mais explicitamente ainda, a relação do ex-prefeito com a Construrede Ltda.”, denunciou Caruso. Segundo Giovani, “a Campos Porto Eletricidade Ltda. e a Construrede Ltda., além de funcionar no mesmo endereço, conforme consta no contrato social das empresas, elas ainda possuem idêntico ramo de exploração comercial”.


Ramos de atividades Comerciais:
CEPEL CAMPOS PORTO ELETRICIDADE LTDA.

“(…) prestação de serviços de topografia, projeto, construção e manutenção de Linhas e Redes Elétricas, limpeza de faixa, aceiro, leitura de medidores e entrega de contas de água e luz, conservação de prédios, projetos, construção e conservação de redes de telecomunicações e comércio de peças e materiais elétricos”.

CONSTRUREDE ELETRICIDADE LTDA.
“(…) prestação de serviços de topografia, projetos, construção e manutenção de Linhas e Redes Elétricas, limpeza de faixa e aceiro, obras viárias, leitura de medidores e entrega de contas de água e luz e construção civil”.
Para o assessor jurídico “a prova é mais que evidente de que ambas as empresas atuavam de forma conjunta, ou eram de fato a mesma empresa, além de terem o mesmo sócio”, destacou.
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Licitação de fachada: tomada de preços não era respeitada
Giovanni também ressaltou que nos documentos encontrados dos processos licitatórios, ficou claro que a tomada de preço realizada nas modalidades de pregão não eram levadas em consideração. “Por exemplo, há pregões dessas mesmas empresas que tinham um valor inicial (de partida) de R$ 139 mil e no final a licitação era homologada com este mesmo valor, ou seja, não existia a disputa de preço”.

Limite de licitação é ultrapassado
Homologação forjao processo para R$ 1,5 milhão!
Outra atrocidade citada pelo advogado é referente à última licitação de 2008, que estaria orçada no valor limite de R$ 1 milhão. De acordo com a documentação apresentada durante a reunião na Câmara, os serviços foram contratados por 50% a mais do previsto inicialmente, sendo a contratação fechada em R$ 1,5 milhão.
Doutor Giovanni apresentou um rombo de mais de R$ 3 milhões no último ano de governo, somente na contratação de empresas para a manutenção de iluminação. “Caratinga estava sendo comandada por uma verdadeira quadrilha. O dinheiro do povo era escancaradamente desviado e ninguém falava nada. Muito me assusta que parte da imprensa e a maioria dos nobres vereadores não tenham interesse em saber dessas irregularidades”, esabafou o advogado.

Vereadores demonstram desinteresse em apurar as denúncias contra o ex-prefeito
Segundo o advogado, o relatório da auditoria feita pelo atual governo durante o período de 2001 a 2008, foi protocolado na Câmara Municipal de Caratinga em 12 de abril de 2011. Ele relata que estranhou o desinteresse dos vereadores diante das irregularidades apontadas. “É dinheiro do povo que foi pelo ralo e os representantes desse mesmo povo parecem não dar importância. Estou aqui para fazer um trabalho jurídico conforme fui contratado pelo município e não para fazer politicagem, acho que os vereadores deveriam ter o mesmo compromisso com a população, assim como a imprensa. Percebo que os questionamentos, aqui, foram mais voltados para a minha pessoa do que para o assunto que abordei. Um verdadeiro absurdo. São denúncias graves e fundamentadas em provas que serão levadas a juízo”, finalizou o assessor jurídico.



Esta matéria foi também exibida no Diário de Caratinga (8) e no O Jornal de Caratinga (9) com outros detalhes, inclusive uma minuciosa entrevista do Advogado.

Ao prefeito cabe ainda esclarecer:
1- Valores efetivamente pagos (quando, quanto, a quem e por que meio), a título de quitação das licitações que o ex prefeito Ernani teria forjado; para garantir consistência do princípio ao fim do processo;
2- Reações formais exaradas pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas, em face das denúncias formuladas ainda em 2009.
Enquanto o Presidente Mestre tem o dever de:
1- Identificar com total clareza e imputar responsabilidades pela retenção (ou desvio intencional?) do expediente destinado aos Vereadores, protocolado na CMV, pelo Prefeito, em abril de 2011, que os Vereadores negam ter recebido;
2- Debater publicamente, com os vereadores, o posicionamento de cada um a respeito da denúncia. E imputar responsabilidades de acordo com a farta legislação relacionada com o cumprimento do mandato delegado pelo povo.

  


 

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