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Ernani denuncia
advogado de João Bosco por extorsão
O ex-prefeito de Caratinga, Ernani Campos
Porto, na sexta-feira, 08, registrou queixa na 2ª Delegacia Regional de Polícia
Civil, contra o advogado do prefeito João Bosco (PT), Giovanni Caruso Toledo,
acusando-o de ter-lhe tentando chantageá-lo, exigindo a retirada de sua
possível candidatura, além de pedir dinheiro para não prosseguir tornar
públicas irregularidades que, segundo o advogado, teriam ocorrido em seu
governo.
Ao denunciar as tentativas de chantagem e
extorsão do advogado Giovanni Caruso, assessor jurídico do prefeito João Bosco,
indiretamente, Ernani dá uma contundente resposta às denúncias feitas pelo
próprio advogado, na última semana, através de órgãos de imprensa que mantém
contrato de parceria com o atual governo, quando afirmou que durante o mandato
do ex-prefeito ocorreram várias irregularidades em processos licitatórios.
Em seu depoimento à Polícia, Ernani esclarece
que, no dia 05 de junho, terça-feira da semana passada, ele foi procurado por
José Paulo Correia Moura Júnior, que atuou em seus dois mandatos como
Secretário de Fazenda, dizendo ter sido convidado a participar de uma reunião,
na residência do empresário Geraldo de Oliveira Campos, no Condomínio Lagoa da
Serra, em Piedade de Caratinga.
O motivo da reunião, segundo José Paulo, foi o
convite feito pelo advogado Giovanni Caruso, advogado da Prefeitura de
Caratinga, com a intenção de apontar uma série de irregularidades cometidas na
gestão do ex-prefeito Ernani, quanto a licitações.
Como consta do relato de Ernani, José Paulo
acabou indo à residência de Geraldo Campos, acompanhado por Hamphey Oliveira
Lima, a fim de saber, exatamente, quais seriam as pretensões de Giovanni
Caruso.
Giovanni Caruso, como afirma José Paulo,
compareceu ao encontro portando uma pasta transparente, onde estariam papeis
que provariam as referidas irregularidades do governo de Ernani.
Logo no início da reunião, Giovanni Caruso
afirmou que o prefeito João Bosco fazia a exigência para que Ernani viesse a
renunciar à sua candidatura a prefeito de Caratinga nas eleições deste ano, sob
pena de levar as supostas irregularidades ao conhecimento da população.
Achando ridícula a proposta feita pelo
advogado, José Paulo e Hamprey já se dispunham a ir embora, quando, para
surpresa de todos, Giovanni Caruso lhes apresentou uma segunda exigência. Desta
feita, ele exigiu deles determinada quantia em dinheiro para que não levasse
adiante o caso.
De acordo com José Paulo, as palavras do
advogado de João Bosco foram as seguintes: “Às vezes, não vai dar em nada esta
denúncia. Vocês podiam arrumar um recurso pra mim aí. Uns trezentos mil, que eu
vou embora!”. Dando a entender que não mais atuaria como advogado do João
Bosco.
Para espanto de Ernani, além das propostas
extorsivas e imorais feitas a ele, através de seus amigos pessoais, no mesmo
dia, Giovanni Caruso compareceu à sessão da Câmara Municipal de Caratinga,
quando, fazendo uso da palavra, afirmou que teriam ocorrido inúmeras irregularidades
em sua administração.
Giovanni Caruso, em entrevista concedida à TV
Sistec, na quinta-feira, 07, chegou a afirmar que houve desvio de dinheiro no
governo de Ernani, licitações fraudulentas, obras não feitas relacionadas a
essas licitações, afirmando ter sido formada uma quadrilha em sua gestão.
Como esclarece Ernani, diante do comportamento
suspeito de Giovanni Caruso, que tentou usar meios inescrupulosos para
extorquir pessoas ligadas a ele, e de suas declarações que, segundo Ernani,
buscam tão somente denegrir sua imagem, não lhe restou outra ação senão fazer
uma representação contra o assessor do prefeito João Bosco, solicitando
imediata abertura de inquérito policial, pleiteando o depoimento de José Paulo
Correa, Hamprey Lima, Geraldo Campos e do próprio Giovanni Caruso.
ZÉ CARATINGA 11 de Junho
Estranho II
Em 2009, o Governo João Bosco contratou a Solução, empresa especializada em assessoria em gestão pública, da cidade de Ipatinga, para fazer uma auditoria nas contas do ex-prefeito Ernani, referentes ao período de 2004 a 2008. A cópia do relatório, em nossas mãos, traz algumas irregularidades de “ordem técnica”, como falta de assinatura dos credores e, até, do ordenador de despesa, bem como outras de menor importância. Em momento algum a “tal auditoria” mostra as irregularidades denunciadas pelo advogado Giovanni Caruso e mostradas pela imprensa que mantém contrato com a Prefeitura.
Politicagem
Se a auditoria, contratada pelo prefeito João Bosco e paga pelo nosso dinheiro, não detectou as irregularidades denunciadas por Giovanni Caruso, no mínimo, os profissionais da empresa Solução deveriam devolver o dinheiro recebido pelos serviços não prestados. Ou será que eles detectaram as irregularidades e João Bosco preferiu guardá-las para usá-las politicamente? Se as irregularidades agora denunciadas de fato ocorreram, podemos concluir que, no mínimo, o Governo João Bosco cometeu “omissão dolosa”, pois quem apóia ou esconde coisas erradas é cúmplice do mal feito.
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